São Paulo - SP

Gomes prefere improvisar laterais, mas Junior Cesar diz que não desanima

Ala esquerdo garante que pode jogar bem no 4-4-2 e espera chance


Ricardo Gomes escalou o São Paulo no primeiro coletivo do ano com Jean improvisado na lateral direita e Jorge Wagner na esquerda. Junior Cesar, que no ano passado jogou quase todas as partidas do Brasileiro pela esquerda, mas perdeu a posição na última rodada, terá que lutar mais para recuperar a vaga na equipe. Ainda mas porque o treinador explicou que optou por jogadores de mais força na marcação para jogar no 4-4-2.



- Jean e Jorge ajudam a fechar espaços e marcar. Se eu tivesse dois laterais com essas características aqui não teria que fazer isso. O Junior e o Adrián (González) são mais ofensivos, jogam soltos, tem outras características - explicou o treinador.



Apesar das palavras do comandante, Junior Cesar não desanima. No Fluminense, já viveu situação parecida em um início de temporada com a chegada de Gustavo Nery. Mas recuperou a posição. Agora vai trabalhar para isso no Tricolor Paulista.



- O São Paulo tem um grupo muito qualificado e preciso respeitar a decisão do treinador. Até porque fui um dos que mais jogaram no ano passado, não tenho direito de reclamar. Nunca me senti titular, a cada dia tem que buscar o espaço e vou lutar. Não importa como será o início, e sim o final. Estou tranquilo e sei da minha qualidade - ressaltou Junior Cesar.



Apesar de Gomes considerar que precisa de jogadores de mais marcação nas laterais por conta do 4-4-2, Junior garante que sabe jogar bem também neste esquema. Ele aprendeu a atuar assim no Fluminense e oferece seus serviços ao comandante.

- Eu sempre joguei de lateral no Fluminense no 4-4-2, não tenho problema algum em atuar assim. Ano passado me senti à vontade no 3-5-2 aqui e estou pronto para acatar o que ele pedir - acrescentou o atleta.



Gomes anunciou que usará os sete jogos do Paulistão antes do início da Libertadores (dia 10 de fevereiro) para ajustar o time e dar oportunidades a todos. Junior Cesar vibrou com a informação.



- Acho que só o fato de ter a oportunidade de jogar já é ótimo e tenho que aproveitar. Muitas vezes as chances são únicas. Cabe a mim o esforço total para corresponder - completou o lateral.

Ricardo Gomes quer Tricolor sem ponto fraco para ser campeão da Libertadores

Treinador concede entrevista ao GLOBOESPORTE.COM e fala sobre os seus planos e a alegria de começar uma temporada da sua maneira


Como se diz na gíria do futebol, o técnico Ricardo Gomes pegou o “bonde andando” no São Paulo em 2009. O time vivia uma grave crise, após a eliminação na Taça Libertadores da América , e ele chegou como um bombeiro. O início foi atípico. Com seguidas derrotas, o time viu a zona de rebaixamento de perto.



Após muito trabalho, aos poucos a equipe foi se reerguendo. Trocando o estilo enérgico do seu antecessor, Muricy Ramalho, pelo de paizão do novo comandante, os jogadores deram a resposta dentro de campo e lutaram até o final pelo heptacampeonato nacional, que acabou não vindo.

Mas isso não desanimou o carioca boa-praça de 45 anos. Pelo contrário. Ele inicia 2010 cheio de vontade. Diz que seu trabalho renderá frutos e vê o time na rota dos títulos na temporada. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o comandante revelou o que pretende fazer para que a torcida do time do Morumbi, após um ano de hiato, volte a soltar o grito de campeão. E de preferência da Libertadores. O objetivo principal é acabar com os pontos fracos.

Como você vê esse início de trabalho do São Paulo?


Ricardo Gomes: Está me agradando bastante. O São Paulo sabe trabalhar muito bem, ninguém aqui perde tempo. A organização do clube realmente impressiona. Estou muito satisfeito com o grupo que foi formado. Ainda temos a possibilidade de trazer mais reforços, mas não vou falar em que posição porque a concorrência é forte (risos).



O que o São Paulo pretende apresentar para ser campeão da Libertadores e quem são os principais adversários nesta disputa?



- Todos os brasileiros serão nossos maiores adversários, porque se preparam bastante. Aposto que essa será uma Libertadores brasileira. Um time para vencer uma competição como essa não pode ter um ponto fraco. E, claro, precisa ter pontos fortes e variados.

- Estamos trabalhando forte para que o time não tenha ponto fraco na competição, esse é nosso objetivo. E estamos fortalecendo tudo de bom que temos também.



Você está mais à vontade com um trabalho que está começando do zero?

- Sem dúvida nenhuma. Acredito que se levarmos em consideração que peguei a coisa em andamento em 2009, os resultados foram bons. Estamos trabalhando duro porque sabemos o que o nosso torcedor quer. Ele sonha com o título da Libertadores, e isso vai ditar o ritmo da equipe.

Com uma semana de trabalho, já é possível dizer que o time atual é mais forte do que o do ano passado?

- No papel, é. Mas falta comprovar isso dentro de campo. Somente os resultados vão comprovar a ideia inicial que temos. Acredito que no início do mês de março, quando todos já estarão bem preparados, poderemos ter uma noção exata do que esperar para o restante da temporada.

O que vai mudar na equipe para esta temporada?

- A chegada de novas peças e o fato de poder começar um trabalho do zero vão me dar a oportunidade de mudar o esquema tático da equipe. O São Paulo vai jogar de maneira diferente, pode esperar. Na Libertadores, os adversários jogam diferente do que vemos no Brasil. E precisamos nos adaptar a isso. Quero meu time jogando bem sempre. Mas preciso deixar claro que não sou refém de nenhum esquema tático. Se perceber que as coisas não estão dando certo, volto atrás.

Mas prefere o 4-4-2, não?

- Gosto muito desse esquema porque é no meio que ele faz a diferença. Se você pegar o Flamengo campeão de 2009 e o São Paulo que venceu em 2006, 2007 e 2008, todos eram times que possuíam um meio muito forte. Quero uma equipe que marque muitos gols, e acredito que esse esquema é o mais propício.


São Paulo e Corinthians vão polarizar a rivalidade de 2010? Os jogos nem começaram e as duas equipes já estão trocando farpas.

- Acho isso natural porque são equipes que vão disputar as mesmas competições e estarão juntas na Libertadores. Mas, quando formos enfrentar o Palmeiras no Campeonato Paulista, teremos a obrigação de vitória. Na Libertadores, é bom ressaltar que não é só o Corinthians que está forte. Todos os clubes brasileiros vão dar trabalho. E todos têm a obrigação de ganhar.

O que você acha dos reforços contratados pelo Corinthians?

- Excelentes jogadores. Aliás, não só do Corinthians, mas de todos os times de São Paulo, que se reforçaram bem. Vamos ver um belo Paulistão.

Jorge Wagner afirma que variações táticas são benéficas para o São Paulo

Em entrevista ao programa Arena SporTV, jogador tricolor comenta a crise judicial entre o clube e Oscar e se diz surpreso com o veto a estádios


O meia do São Paulo Jorge Wagner foi um dos entrevistados desta quarta-feira no programa Arena SporTV. O jogador do Tricolor afirmou que as variações táticas promovidas por Ricardo Gomes são boas para a equipe. O atleta ainda comentou a briga judicial entre o clube e Oscar e afirmou estar surpreso com o veto a estádios para o Campeonato Paulista.



- Realmente, a gente está acostumado a jogar no 3-5-2, e o Ricardo Gomes tá tentando colocar esse ‘novo’ esquema 4-4-2. Mas isso não quer dizer que em todos os jogos nós vamos iniciar com esta formação. Eu acredito que seja uma variação tática a mais, uma opção, mesmo porque até no 3-5-2 nós fomos anulados em muitas partidas, pois equipes que vinham jogar com a gente já sabiam do nosso estilo. E poder fazer diferença essa mudança tática durante o jogo, sem precisar fazer substituição, é super importante.

Jorge Wagner admite que ficou surpreso ao saber que o jovem Oscar tinha acionado o São Paulo na justiça.

- O caso que tem mais repercussão é o do Oscar, que já joga com a gente há mais tempo, tendo oportunidade de entrar em jogos decisivos e até clássicos. Vou admitir que me pegou de surpresa, mas fica complicado de comentar qualquer coisa sem poder falar com ele. Mas eu posso falar que aqui é um clube que dá toda a estrutura, onde muita gente queria jogar, por tudo o que o São Paulo oferece.



O meia ainda comentou o veto aos estádios no Campeonato Paulista. Apesar de concordar que os clubes devem dar segurança aos atletas e à torcida, o jogador critica o anúncio ter sido feito às vésperas da competição iniciar.

- Essa história me pegou se surpresa, em cima da estreia receber essa notícia. Pelos jogadores, nós podemos falar que a gente tem acompanhado as equipes do interior tentando reformar seus estádios, fazer as melhorias necessárias, para que tenham condições de receber as outras equipes. O mínimo que um clube deve oferecer é segurança aos jogadores e aos torcedores. Avisaram também muito em cima, então fica difícil de fazer qualquer mudança ou melhoria. As coisas vão acabar ficando do jeito que estão.