Fluminense - RJ

‘Tiozão’ do Flu, Ricardo Berna apadrinha garotada com jeito moleque e seriedade

Com 30 anos, goleiro tricolor é o mais velho do elenco e usa experiência para ajudar novatos e deixar ambiente mais tranquilo


Comparado aos quase quarentões Dodô e Pet, ele ainda é um garoto. Entretanto, a baixíssima média de idade do elenco do Fluminense para a temporada de 2010 – 22,8 anos - fez de Ricardo Berna, com apenas 30 anos, o tiozão tricolor. Mais velho entre os 31 jogadores concentrados em Vitória (ES), o goleiro troca a palavra velho por experiente e usa a idade para ser o conselheiro dos companheiros.

- Ninguém se atentou para isso ainda. Nem eu mesmo sabia. É novidade, mas não me surpreende. O grupo é jovem e sou um dos jogadores há mais tempo no clube. É natural e muito positivo. São jogadores novos e que viveram muitas experiências mostraram responsabilidade.

Quem mais recebe as orientações do psicólogo Berna é a garotada recém-promovida da base. Há cinco anos nas Laranjeiras, ele garante não medir esforços para ajudar na adaptação e a dar tranquilidade aos meninos.

- Por ter um conhecimento de como as coisas funcionam no Fluminense, ter afinidade com a torcida, acho que posso ajudar com uma conversa, informações que ajudam a cortar caminhos.

Tanta serenidade, no entanto, muitas vezes dá lugar ao estilo brincalhão. Parceiro de quarto da Rafael, o goleiro alterna entre conselhos e gozações para deixar o ambiente descontraído e leve.

- Me considero um moleque. Sou um cara reservado, mas na frente do grupo procuro sempre conversar, ajudar, divertir e causar efeitos positivos. Falar coisas que vão somar para o grupo. Procuro dar exemplo nas atitudes. É o mais importante. Mostrar o tamanho da responsabilidade.

E a faceta brincalhona aparece até mesmo quando fala sério. Perguntado se era preciso usar a idade para impor respeito, Berna disse que não é necessário com a maioria de elenco, menos um certo argentino.

- Falo mais isso com o Conca, que não tem nem tamanho e enche o saco. Aprendeu agora a falar português e quer mostrar que sabe (risos).

O jogador mais próximo de Ricardo Berna na lista dos mais velhos do Flu é o apoiador Equi Gonzalez, com 29 anos.

Bolso cheio: Fred acaba com goleiros em disputa de pênaltis e leva R$ 400

Atacante desperdiçou apenas duas cobranças em 26 e ganhou apostas com Fernando Henrique e Ricardo Berna


Fred está R$ 400 mais rico. Após o coletivo desta quinta-feira, na Aest, em Vitória, o artilheiro do Fluminense resolveu desafiar os goleiros para uma disputa de pênaltis e se deu bem. Fernando Henrique e Ricardo Berna foram as vítimas e saíram no prejuízo.



Enquanto o restante do grupo encerrava os exercícios físicos, Fred intimou Fernando Henrique para a disputa: oito pênaltis seriam cobrados, e o goleiro devia evitar ao menos dois gols. Logo no primeiro chute, ponto para FH: a bola saiu pela linha de fundo. Na sequência, foram seis gols, a maioria com direito a paradinha. Na última cobrança, defesa e festa para o goleiro.

- Na quarta-feira, eu já tinha ganhado. Ele quis a revanche e perdeu de novo, mas aí eu cresci o olho - disse Fernando.

E cresceu mesmo. Com um débito de R$ 400, Fred fez uma proposta tentadora: R$ 1.000 em caso de nova derrota ou a quitação da dívida. Dessa vez, o número de cobranças diminuiu para seis e o goleiro teria que seguir defendendo ao menos duas.

De pronto, FH aceitou e deu início à série perfeita do atacante. Foram seis gols consecutivos e a pendência zerada. Não satisfeito, Fernando Henrique sugeriu nova aposta e mais uma vez foi vazado seis vezes:

- Acabou que vou começar o ano devendo R$ 200. Está bom, depois eu dou o troco (risos).

Solidário ao companheiro de posição, Ricardo Berna entrou na disputa. Enquanto Fernando Henrique ouvia as gozações de Fred, ele também chamou o atacante para um desafio nos mesmos moldes. “Sparring” do camisa 9 nos treinos de paradinhas, o goleiro também não foi páreo e tomou um sonoro 6 a 0, com direito a comemoração com corrida de braços abertos em direção ao restante do grupo.

Resignado, Berna admitiu a derrota e revelou que a dívida é ainda maior:

- Perdi. Agora devo R$ 200 e duas camisas.

Que o goleiro do Americano se cuida, pois se tiver pênalti na partida de domingo, às 19h30m (de Brasília), no Godofredo Cruz, em Campos, Fred já mostrou que a pontaria está afiada.